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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Da janela do ônibus



                
              Horário de pico. Terminal lotado. Não consegui entrar no segundo ônibus e mesmo assim, a fila continuava um formigueiro. Alguém vai mostrando as principais notícias da cidade por 0,25 centavos. Outro vai gritando "balinha, balinha, trident!" Me distraio com a música do bar no cais lá fora, com o volume alto e cantando amores sofridos. Sem querer, meu pé bate de acordo com o ritmo que toca. E a noite vai caindo lentamente no mar. Como sardinha em lata, entro no terceiro ônibus e começo a viagem. Sorte minha que tive tempo de encontrar um lugar perto da janela. É aonde tudo acontece. Do lado de fora, a mesma paisagem de todo dia, como se fosse um quadro de parede. As buzinas tocando como sinos em casamento e ainda dos mesmos modelos de carro. O vermelho sendo odiado por muitos e o verde causando a sensação de alívio. É sempre assim. Da janela do ônibus ao lado, me incomodo do modo como o outro me olha, como se eu fosse inimiga, mas me lembro que também ele deve pensar a mesma coisa. Interessante quando é criança;  ou ela dá língua ou te olha inconstantemente, até você abrir um sorriso ou uma levantada na sobrancelha. Do lado de dentro, as expressões cansadas das pessoas, o modo como ficam em pé, em um corredor de 80cm de largura e o desespero de encontrar um lugar pra sentar. Ainda tem aqueles que vão na porta reclamando do motorista e  rindo da própria vida que leva. Fazer o quê? É o jeito. Se tem uma coisa que aprendi ao andar de ônibus foi essa: em um lugar de tantas gentes, cheiros, cores e sufoco, ainda é um melhor local pra você parar e pensar no que fez ou ainda vai fazer. Até chegar na sua parada final, você já descobriu o nome daquela música em que só cantava o refrão. No meu caso, uma música de Pato Fu: Uh Uh Uh La La La Le Le... 

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Se eu pudesse falar com Deus



                  Se eu pudesse falar com Deus, faria muitas perguntas como de uma criança no colo do Pai querendo conhecer o mundo "- Mas porque?". Aquele colo parecido de quando era pequena, que com medo ou tristeza fugia para os braços largos e cansados de papai no fim da tarde. Não vejo Deus com os olhos daqueles que querem provar que Ele existe. Como ir pro espaço e não O encontrar. Não vejo Deus como um senhor barbudo que vive condenando os pobres mortais do andar de baixo por não fazer aquilo que Ele quer. Há quem acredite que Ele só funcione através do sistema de trocas, como na época do senhores e vassalos. Não olho Deus como um homem que vive longe nas nuvens espiando as nossas tragédias sem fazer nada. E tampouco acredito que Ele nos jogou nesse mundo à própria sorte pra servir de experimento como ratos de laboratório. Não. Ele tem bom humor. Tem poesia. Tem beleza e talvez até viva de música. Só escutar o vento, o barulho do mar, o som da chuva, a água do rio que corre. Só ver a linha do horizonte e tentar descobrir o que é que tem do outro lado. Só tentar medir a quantidade de gotas que compõe o imenso oceano. É perfeito. Na ânsia de querer tanto encontrar Deus, esquecemos pequenos momentos onde talvez Ele parou, sentou e ficou ali quietinho. Se Deus não existisse, um homem pobre vindo dos quintais miseráveis de Roma não teria mudado o mundo há mais de 2000 anos. Outro alguém mudou tanto? Nessas conversas de crenças, de quem é o melhor, quem é o pior, quem faz mais, quem faz menos, quem está errado, quem está certo, prefiro continuar dedilhando umas notas no violão na certeza que Ele vai parar ali e cantar comigo. Nem que eu não O escute. Eu cantarei.

DVD Elis Regina Carvalho Costa - Série Grande Nomes TV Globo


                 


          Elis costumava dizer que se Deus cantasse teria a voz de Milton Nascimento. Pro lado de cá, digo que se o Brasil cantasse teria a voz de Elis. Vi isso nessa apresentação gravada em 1980 pela TV Globo. Nunca me senti tão brasileira ao ver Elis cantando em um circo. Alusão ao cenário político na época? Hoje é diferente? Creio que não. Dá pra ver o Brasil latejando nas veias de Elis e em algumas músicas ela chora e canta. Mesmo 30 anos depois, ela permanece viva e faz questão de mostrar isso no show. Sorte minha de achar uma cópia na casa de um amigo. Agora, meu Brasil está guardadinho.  

Elis Regina Carvalho Costa - Série Grande Nomes TV Globo
15 faixas. 67 min. Algumas do dvd: Querelas Do Brasil, Alô Alô Marciano, O Bêbado e a Equilibrista. Preferências: Agora tá, O Que Foi Feito Devera,  Conversando no Bar, Redescobrir. 

Chaplin, Chaplin...



                Faltava eu falar de um certo senhor que viveu no século passado, que por ironia do destino tornou-se o maior ícone do cinema mundial e mudo mudou o mundo. Senti falta de escrever sobre ele e seus filmes aqui no blog. A primeira vez que o vi foi num quadro que tinha lá na casa da minha infância,  uns 243 km e 5 horas de distância daqui. Na parede da sala imensa estava pendurada a pintura colorida impressa de Chaplin e um garotinho sentado na porta. Como toda criança e sua imaginação, achava que Chaplin só existia naquele quadro e que ele sairia a qualquer momento. De madrugada eu corria do quarto pro banheiro e vice-versa com medo do olhar dele me seguindo. Era surreal. E foi assim até eu me mudar pra capital e conhecer em preto e branco o homem que me assombrou e me fascinou com aquele olhar triste de uma criança, enfim, feliz. Chaplin, Chaplin...  A minha primeira coleção com os melhores filmes foi em VHS vendida nas bancas e fazia questão de rebobinar a fita (nossa, quanto tempo não uso essa expressão). Agora, aqui estou  - 13 anos depois - com todos os filmes, curtas e documentários de Chaplin presenteados por um anjo. Que presente meu anjo. Se eu pudesse resumir Chaplin em uma palavra seria inspiração. Como pessoa, como profissional. Só ele me fez acreditar que a vida muda com um sorriso e uma pitada de humor:  - "Sorria, de que adianta chorar? Você descobrirá que a vida ainda continua se você apenas sorrir." E não é que ele estava certo? 




ó Carlito, meu e nosso amigo, teus sapatos e teu bigode
caminham numa estrada de pó e de esperança.


(Carlos Drummond de Andrade)


Melhores momentos de Chaplin

Os ponteiros do tempo



              
                 Anoiteceu e mais um dia se foi. Ás vezes é difícil imaginar o dia sem problemas, sem o barulho da cidade, sem as chateações do trabalho e o stress de conviver com o defeito dos outros. A nossa vida é fundamentada na busca de um pão, de um lugar ao sol, batalhamos hoje para usufruir nofuturo. Quem garante? A vida não perdoa ninguém, prega peças e muda o jogo quando bem entende. Quem não se lembra dos jovens ideais da revolução contra a ditadura, toda aquela esperança de um mundo fraterno e igualitário? Eles fracassaram... Hoje vivem de terno e gravata atrás de uma mesa com as papeladas sujas do Brasil. A minha conclusão é que com toda essa facilidade do mundo globalizado, nós criamos um outro tempo e nada tem a ver com o relógio tradicional. Esse tempo nós não controlamos, não tem ponteiro e nem sequer números. Ele é medido pela quantidade de tarefas que iremos executar ao longo do dia. Se eu tenho muito trabalho, reunião e mil e um afazeres, o meu relógio deveria ter 30 horas...24 horas é muito pouco pra tamanha preocupação com o futuro. Cursos, formações, faculdades, empregos... pra quem é isso? Planejamos, planejamos, planejamos...queremos os melhores empregos, queremos as melhores escolas, queremos os melhores cargos... Como dizem que tempo é dinheiro, então estamos perdendo tempo. Saber viver ninguém sabe, somos imperfeitos, insatisfeitos...se faz chuva reclamo, se faz sol reclamo...essa é fraqueza do ser humano: ser imperfeito. O tempo sempre foi o mesmo, fomos nós que mudamos com o tempo.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Disco - Rodrigo Caracas Instrumental




         Me lembro bem. Foi há 10 anos que encontrei em cima da mesa da cozinha uma caixinha personalizada. Dentro dela continha um CD com a sombra de um piano na pena . Como gostei do cheiro do novo e daquela caixinha, coloquei pra tocar. Minha surpresa era que não conhecia quase nenhuma música, mas aquelas melodias me fascinaram. Na época era louca por Nirvana, Hanson, Silverchair e todo aquele cenário adolescente musical de 2000. Deixei de lado aquelas notas de piano, esqueci e o tempo passou. Agora, por uma feliz coincidência, visitei o blog de um amigo - Música Maranhense  - e vi o CD de Rodrigo Caracas entre os posts. O melhor da música maranhense em notas pianíssimas. Tem coisa melhor?  Não tem.

Refluxo Gástrico Eleitoral

      

                Enquanto lia uma reportagem de um jornal local sobre as eleições no estado, senti mal estar, tontura, falta de ar, náuseas, agonia e indignação. Drama? Então olha só. Uma candidata tem o maior tempo na televisão do que os outros e um jornal a seu favor, um esquerdista apoia a candidatura de uma ex-dama que pelos boatos, namorou pai e filho; um velho estripador, aquele que todos esperavam a tão sonhada mudança de livrar-nos do mal, volta com a cara mais lavada do mundo prometendo mudança (?), o filho do dono "dá carrim" no Supremo Tribunal e também... Chega! Pára que eu quero descer! Que sufoco! Ninguém percebe que é mesma ladainha que esses políticos fazem? Prometem, prometem... Eles são espertos. Pra quem não sabe o conteúdo da novela, aqui vai a sinopse: A Dona Branca e os seus anões (gente pequena mesmo) foi pro interior catar coquinho pro pai e fazer farinhada boa, o Estripador quer se vingar da Dona Branca e travar um duelo e um figurante quer ser Robin Hood. Final da novela: os bestas aqui chupando dedo com nariz de palhaço. Oba! O circo vai começar! Francamente. Desculpem pelas palavras duras, mas é uma verdade pra mim. Se o voto é uma arma, infelizmente pra mim é inútil por que nem bala tem. Em quem vou votar? Que candidato? Esses? Han... acho melhor ir ali na farmácia comprar um remédio... não aguento.


" Porcos num chiqueiro 
São mais dignos que um burguês
Que vive do seu trabalho honestamente
Mas este quer construir um país
E não abandoná-lo com uma pasta de dólares 
O bom burguês é como o operário
É o médico que cobra menos pra quem não tem
E se interessa por seu povo
Em seres humanos vivendo como bichos
Tentando te enforcar na janela do carro
No sinal no sinal"

(Burguesia- Cazuza)
  

Por que o som da chuva?


                  Dia desses me encontrei presa no trânsito caótico de meio dia. Sorte a minha ter uma companhia pra me distrair do calor, da impaciência e da raiva naquele horário. Conversa vai, conversa vem e tocamos no assunto que referia a esse blog. Já tinha feito alguns textos em 2008 e postei na rede no mesmo ano. Parei e retornei agora, dois anos depois, porque necessitava escrever pensamentos, dúvidas e o que eu acho que vale a pena pra mim. São inquietações minhas. São registros meus. Foi quando veio a pergunta: Por que o som da chuva? No calor daquele horário era impossível pensar em uma resposta mais profunda. Se bem que uns chuviscos fariam diferença. Mas a questão é que o som da chuva sempre me acompanhou desde pequena, adorava olhar os pingos caindo do céu, sentir o cheiro de terra molhada e ouvir o som na janela ou no chão: era a minha música. É certo que algumas pessoas  preferem o sol. Também gosto. Mas quem resiste a um friozinho? Depois de muito tempo fui perceber porque eu amava olhar o céu cinzento, com as nuvens azuladas carregadas prenunciando um temporal: era o momento de eu parar tudo. Não sei se já aconteceu isso com você, mas preste atenção que quando chove, seu olhar fixa-se em um ponto e é difícil não refletir, pensar e lembrar o que você já fez ou quer fazer ainda. Se ainda não fez, recomendo. Sem o som da chuva talvez você não conseguiria ficar quieto. Falo isso porque sou surda. Já fiz a experiência. É estranho porque o som te deixa concentrado. Tem exceções, lógico. Culpa do relógio. Mas minha intenção ao criar o blog partiu desse princípio: enquanto o mundo pede pressa, acelera, se transforma e muda, a chuva vem pra acalmar e desacelerar um pouco a vida. Esse blog é o meu guarda-chuva. Quer entrar?
"Eu perdi o meu medo
O meu medo, o meu medo da chuva
Pois a chuva voltando
Pra terra traz coisas do ar
Aprendi o segredo, o segredo
O segredo da vida
Vendo as pedras que choram sozinhas
No mesmo lugar"
(Medo da Chuva - Raul Seixas)

DVD Milton Nascimento Acústico na Suíça





                Milton é aquele cara que sabe que ele é bom (bom mesmo), mas prefere abrir o coração para o novo e o simples, sem deixar cair na arrogância de ser um dos gigantes da MPB. Vi isso outro dia na televisão, quando ele abriu a porta da sua casa para um senhor humilde que precisava ensaiar uma música sua e cantar para uma platéia. Mesmo sendo um monstro consagrado da música brasileira, ele não se envaidece com esse título, diferente de alguns que vivem numa bolha intelectual, em um planeta distante sabe lá aonde. Mas são feras. Essa é uma opinião. Concorde ou não. No show acústico gravado na Suíça, em 1981, Milton canta algumas principais músicas da sua carreira apenas com um violão acompanhado de Wagner Tiso. É inesquecível. (O que falar de San Vicente, Travessia e Canção do Sal?) É pela sinceridade e humildade quando canta que afirmo o que Elis Regina (a sua eterna musa) falou sobre ele: "Se Deus cantasse, cantaria com a voz de Milton Nascimento". Quem sou eu pra discordar? 

DVD Milton Nascimento Acústico na Suíça


13 faixas. 52 min. 
Algumas do dvd: Nada Será como Antes, Travessia, Outubro, Para Lennon e Mc Cartney. Preferências: San Vicente, Canção do SalTravessia Circo Maribondo. 

Filme - Pequeno Milagre





              Poucos dramas tem a capacidade de fazer sorrir e chorar como "Pequeno Milagre". É baseado no livro de Jonh Irving (O Mundo segundo Garp) e adaptado para o cinema. A primeira vez que vi esse filme foi em 2000 no canal aberto e lembro que assisti com minha irmã. Na época, choramos muito com a história de um garoto de 12 anos que nasceu com uma doença que impede seu crescimento e é considerado um monstrengo, um zero à esquerda na cidade. Ele é muito zombado pelos outros e apenas o melhor amigo Joe acredita nele. Juntos compartilham amizade, histórias, paqueras e sonhos até que um dia Simon mata acidentalmente a mãe de Joe. Achei estúpida a forma como ela morreu: ele a acertou na cabeça sem querer com uma bola de beisebol. Mas o interessante do filme é que Simon se culpa por isso e tenta descobrir qual sua missão no mundo. Fala e reclama com Deus sobre a sua vida e não tem medo de enfrentá-Lo. Até que um dia descobre porque veio à terra. Deus havia preparado tudo. É um filme que toca profundamente, reflete a questão das pessoas consideradas anômalas pela sociedade e faz você repensar do que realmente importa na vida. Demorei muito tempo pra valorizar certas coisas até que lembrei e revi esse filme. Valeu a pena. É marcante. 

9.3   

Pequeno Milagre
113 min. 1998. Drama. Ian Michael Smith, Joseph Mazzello.

Documentário - Nós que Aqui Estamos por Vós Esperamos



        
           Tive a sorte de ver em 2005 um documentário do diretor Marcelo Masagão - Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos (1998). Quanta sorte! É  um filme de 60 minutos que fala o que foi o século XX com colagens de imagens da época, fotografias antigas e uma música que nos eleva a um outro plano. Fui transportada para esse tempo e o momento crucial e marcante foi quando entendi o título. Quanta genialidade e simplicidade. É o que nós falaremos para a geração futura. Os filhos de 2100.

10

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

E o menino do véu preto...


           Um dia qualquer. Um dia comum qualquer. Um sábado a tarde. Um sábado de férias a tarde. Praça de alimentação lotada. Filas quilométricas no cinema. Casais de mãos dadas. Crianças correndo. Crianças chorando. Adolescentes desfilando. Garotos e garotas paquerando. E o menino de véu preto... Como? Sim, o menino de véu preto... Estava em um grupo pequeno, causando alvoroço pela irreverência e coragem. Lady Gaga: sua inspiração. Os olhos tapados por um véu preto para esconder sua verdadeira identidade. Será o Alejandro? O que ele quis mostrar? Nem sei. Devia ter uns quinze anos. Foi alvo de muitos olhares tortos, vesgos e estrábicos. Mas ele é o produto da massa ao quadrado. Sempre foi assim. Sempre será assim. Com uma diferença: o mundo tem mudado muito rápido. Em um segundo. No dáblio dáblio dáblio.   
Quando você olhar para algum corpo
Que não seja tão perfeito
Olhe direito
Pois cada olhar contém seu defeito
      (Fernando Catatau, grupo Cidadão Instigado)

Filme - De Repente 30




           Esse filme é recheado de surpresas, músicas dos anos 80 e chicletes quadradinhos coloridos. Me diverti lembrando das amizades e paixões do tempo de colégio e que em passe de mágica se transformaram em um álbum colorido, cheio de retalhos, recortes e aprendizados. O ator Mark Ruffalo (de Ensaio sobre Cegueira e Ilha do Medo) diz que aceitou fazer esse filme porque é uma comédia romântica atípica. Não se sabe o que acontecerá no final, apesar de uma menina de 13 anos se transformar em uma bem sucedida executiva de 30 anos do dia pra noite. O melhor do filme é a nostalgia, como a própria personagem fala: "Precisamos nos lembrar do que já foi bom". É um filme bem clichê, pra quem gosta de Madonna (sem o Jesus) com a famosa pinta no canto da boca, de moda retrô e fitas cassetes. Não custa nada lembrar do que já foi bom, né?

9.7

De Repente 30 
97 min. 2004. Comédia. Jennifer Garnner (Juno) e Mark Ruffalo (Ensaio sobre Cegueira).

Pra dizer que não falei de amor


              Caminhando e amando e seguindo a canção... Parei um pouco e descansei na sombra de uma árvore. Parei pra respirar, analisar e refletir sobre o que é amar e não tive nenhuma conclusão. A não ser esta: não ame esperando a perfeição. Isso dói. Não crie ilusões acerca de uma pessoa. Isso dói mais. Não esteja com ela pensando que um dia ela irá mudar. Isso dói muito mais. Um conselho? Seja mais-que-(im)perfeito. Mude o tempo verbal. Seja como for, se valer a pena, lute até o final. O amor não é como um filme ou novela. É entrega. Se essa pessoa acrescentar tempero na sua vida: que sorte sua, é ela. Não tente procurar onde já está no lugar: bem debaixo do seu nariz. Se alguma coisa não deu certo, respire, analise e reflita sobre o que é amar. Eu? sei lá. Pra mim o amor tem cheiro de perfume do Boticário e gosto de pipoca com guaraná. É culpa nossa complicar. É culpa nossa amar. Eu me levanto e continuo levando a vida... caminhando e amando e seguindo a canção. 

"E é tão bonito quando a gente entende
Que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá
E é tão bonito quando a gente sente
Que nunca está sozinho por mais que pense estar"
(Caminhos do Coração - Gonzaguinha Jr.)

1001 discos - Beatles - With the Beatles (1963)



                Um tempo atrás ganhei de presente o livro 1001 DISCOS PARA OUVIR ANTES DE MORRER. Eu recomendo pra quem gosta de música ou quer conhecer mais outras obras escolhidas por 90 críticos de renome internacional. O problema é que tem mais discos dos EUA/Inglaterra enquanto só de alguns brasileiros, cubanos, irlandeses e etc. Mas vale a pena. Tem um site que baixa todos os discos, mas prefiro comprar o que for de preferência. Até porque, assim como não tem graça ler um livro 3D xerocopiado, tampouco tem graça apenas baixar discos de grandes artistas. A diferença está no cheiro, nas cores do encarte e no som "virgem" do CD. Essa é uma opinião. É um livro simples, com comentários e fichas técnicas que ajudam quem quer conhecer o artista. No mais, vale a pena ler e ouvir.


The Beatles | With The Beatles (1963)

1º álbum a vender um milhão na Grã-Bretanha. Tem 14 faixas.
 Melhores no livro: It Won't Be Long, All my loving, Money etc.  Preferências: Little Child, All My loving, Dont Bother me. 

O que eu aprendi com os animais - Parte I


Parte I
                Pensei por um bom tempo como iria escrever uma experiência que me marcou sem cair nos clichês preconceituosos de “Madre Tereza de Calcutá”. Já ouviram essa expressão? Acho que sim. Pobre da senhora que ajudou tantos ninguéns na Índia e hoje é um significado tão negativo e avesso do que se vê hoje em dia na língua de muita gente: “- Não sou Madre Tereza de Calcutá.” Mas não falarei dela e sim dos animais. O que uma coisa tem a ver com a outra? Ao ler o texto, peço que evite julgamentos ou preconceitos. Antes de tudo, isso é um desabafo ou uma cicatriz aberta se preferir. Por razões pessoais resolvi compartilhar um pouco do que eu vivi há um ano. Aqui está uma parte da história. Em meados de julho deparei com um vídeo assustador de dois homens matando um cachorro a pauladas da forma mais cruel possível. Para alguns, normal. Para outros, indignação. Foi naquele exato momento que veio uma reflexão sobre modos da sociedade de como tratar um animal: comida, vestimentas, diversão e etc. É hipocrisia amar um animal e comer outro. Fazer planos de saúde para uns e se divertir de derrubar um boi. É hipocrisia. Virei vegetariana por nove meses e me inebriei desse universo. Hoje não sou mais. Sou hipócrita em falar ainda. Mas os motivos que me levaram a escrever esse texto são maiores e se alguém quiser tomar minhas frustrações, sinta-se à vontade. Quem sabe um dia entenderei as razões que me levaram a fazer a primeira perguntar: e eu não sou um animal?

Uma boa música, uma risada e um amor



A minha música favorita é a chuva rabiscando a janela
Se parar pra ouvir, ela faz notas contínuas e uma melodia simples
Na terra, no asfalto, no telhado uma sinfonia
E me faz ver que tudo na vida tem sentindo:
Uma boa música, uma risada e um amor


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