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sábado, 23 de outubro de 2010

Livro - A Sangue Frio






                 Minha irmã, voltando de viagem, trouxe esse livro na bagagem e deixou em cima da mesinha do quarto. Conversamos sobre como foi a estadia em São Paulo e perguntei do livro de capa vermelha. Engraçado que ela "encheu a bola" da obra de Capote e resolvi folhear algumas páginas. A imagem que ficou marcada foi a foto 3x4 de dois sujeitos na prisão e os rostos sorridentes de uma família. É um romance não-ficcional e o melhor na categoria jornalística. A história fala da real história do assassinato da Família Clutter, moradores de uma pacata cidade no oeste de Kansas (EUA) em 1959. Capote escreveu detalhadamente a investigação policial sobre a morte de quatro pessoas dessa família e o melhor do livro é que ele relata tudo o que os assassinos fizeram antes do fatídico dia até o momento da execução penal. No texto de orelha do livro diz: "Para narrar a trajetória dos assassinos, Perry Smith e Dick Hickcock, da cena do crime ao corredor da morte a que terminariam condenados, o autor obteve a amizade e a confiança irrestritas dos dois criminosos. Nada escapou ao olhar do repórter: o dia-a dia da comunidade, os derradeiros instantes de cada vítima, a repercussão, a aridez arrebatadora das paisagens de Kansas." Todos já se foram, mas parece que ainda estão vivos. É um livro que pára no tempo e te insere na mente dos criminosos revelando o que eles faziam, o que gostavam e o que eles sonhavam. É insano. Me fez pensar que hoje em dia a maldade virou popstar e a manchete da violência, uma piada corriqueira. É um bom livro pra quem gosta de romance policial, jornais de 0,25 centavos e quer entender o que se passa na cabeça de assassinos. E isso eu tento entender até hoje.


Trecho do livro (p.145)

"Uma pessoa que faz uma coisa daquelas só pode ter algum problema", disse Perry.
"Me deixa fora dessa, meu querido",  disse  Dick. 
"Eu sou normal". E Dick falava sério. Achava-se uma pessoa equilibrada , 
tão saudável quanto outra qualquer - talvez um pouco mais esperto que a média, e só.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Que vença o melhor



                  Prometi pra mim mesma que não ia mais discutir sobre a esfera política, mas diante de muitos emails, pedidos e notícias falsas, resolvi colocar um ponto de interrogação aqui. No meu ouvido está soando aquela música de disputa vale tudo, mais precisamente a trilha de Rocky Balboa. Todo mundo tem direito de escolher quem vai direcionar o Brasil, e não é um assunto isolado, que tomou conta das propostas dos candidatos, que vai decidir o rumo. Não estou defendendo ninguém nessa última etapa da eleição, nem levantando bandeira, apenas exijo respeito por quem eu estou votando. Lamento o número de emails com histórias cabeludas e uma quantidade x de pessoas que me pediram pra não votar por questões que ainda não entendi. Me apresente as propostas do seu candidato e compararei com as do meu. Simples. É triste ver essa briga mesquinha de interesses particulares. Eu tenho as minhas razões de votar em quem eu acho que é bom. Comparei, refiz os cálculos e mudei de opinião. Se eu anular, não vão aceitar minhas reclamações posteriores. Em tempos de verde, é mais que necessário uma eleição limpa, como cada um mostrando as propostas do seu candidato e não intimações, fantasias e dia das bruxas. Que país é esse? Não sei. Mas fico com a posição da minha querida Marina: "- saiam do ringue e subam no palanque." Um aviso à todos os apostadores: que vença o melhor. O Brasil. 


"Já que tá aí,
Pela metade, mas tá
Melhor cuidar
Pra peteca não cair
Pra não deixar escapulir
Como água no ralo
Aquilo que já fez calo
Doeu feito joanete
Castigou nosso cavalo
Cortou como canivete
Feriu, mexeu, mixou
Nunca comeu melado
Vai lambuzar
Se vacilar pode cantar pra subir
Porque não dá pra começar todo rolo de novo
Se o bolo ficar sem ovo
Se a massa não tem fermento
Se não cozinha por dentro
Vai tudo por água abaixo..."

Agora Tá - Elis Regina

domingo, 17 de outubro de 2010

Fazer cinema é barato. É um barato mesmo!

               

                 Em junho de 2010 fiz uma oficina chamada "O Som em Cena" ministrada pelo compositor e arranjador Beto Strada. Pra quem não o conhece, ele é o autor de trilhas sonoras de Renato Aragão Produções. Isso mesmo, o Didi da minha infância, os filmes que marcaram o tempo da Sessão da Tarde: Cinderelo Trapalhão, Os Trapalhões na Guerra dos Planetas e etc. Ele desenvolveu também outros trabalhos com o eterno Zé do Caixão e ministra pelo Brasil afora workshops sobre o som no cinema. Imagina um trabalho divertido e incrível! Se não fosse um jogo do Brasil na Copa, teríamos tempo suficiente pra trabalhar e soltar a imaginação ainda mais. Além da parte teórica sobre o som na história cinematográfica, trabalhamos 8 horas sem descanso (nem vi a cor do almoço naquele dia) na produção de um Foley para Betty Boop. Foley nada mais é do que fazer um som, ruído ou barulho para uma determinada cena do filme. Por exemplo: quando Seu Madruga furioso bate no Chaves, aquele som é produzido em estúdio e adicionado no filme. Nunca uma cabeça daquele tamanho faz um som de metal. Foi um trabalho maravilhoso e incrível. Solta a imaginação e você nem quer reparar a cor do almoço (bolachas).  A sala não dispunha de materiais profissionais ou acústica. Apenas um microfone, um notebook e o melhor programa de edição de vídeos: Sony Vegas. Ou seja, qualquer um pode trabalhar, se divertir e criar ao mesmo tempo. Isso é cinema.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Filme - Escritores da Liberdade




               15 de outubro. Escritores da Liberdade. Tudo a ver. Assisti uma única vez e é difícil não gostar do que ele trata: a professora que muda um cenário caótico de intolerância, preconceito e violência em uma sala de aula. Poderia ser uma historinha utópica, que só existiria no cinema. Não. É baseado em fatos reais. Erin (Hilary Swank) é uma professora novata que vai lecionar Língua Inglesa e Literatura em uma escola do subúrbio da cidade para alunos considerados problemáticos, racistas e sem perspectiva de vida. Não foi fácil. Mas ela lutou e conseguiu o que queria: que cada um escrevesse um diário. Um simples diário baseado no livro símbolo do holocausto: "Diário de Anne Frank". Através dele,  começaram a escrever o que faziam, o que falavam e o que sentiam. Na vida real, os alunos organizaram seus escritos e publicaram o livro "O Diário dos Escritores da Liberdade" lançado nos EUA.  Penso eu que esse filme não é só para educadores ou pedagogos, mas pra todos nós, sem exceção. Somos todos professores. Cada um ensina um pedaço de si. Mesmo que não tenha uma caderneta em mãos.     


9.7


Escritores da Liberdade 
2007. 123 min. Drama. Hilary Swank, Patrick Dempsey, Scott Glenn
 

sábado, 2 de outubro de 2010

Filme e Livro - O menino do pijama listrado




                Baseado no livro de John Boyne, o filme retrata sobre o holocausto e o nazismo do século passado. A minha surpresa é que o filme é diferente de alguns que assisti sobre esse tema. Ele retrata a história de Bruno, um menino de 8 anos, filho de comandante nazista, que se muda com a família para uma casa perto de um campo de extermínio. Sem amigos, sem escola e sem a atenção dos pais, ele acaba explorando os arredores da casa e encontra o campo. A sua felicidade foi descobrir um menino de pijama listrado e a partir daquele momento surge uma amizade que nem a cerca conseguiu separar. Nenhum dos dois compreende muito bem o que está acontecendo e a inocência prevalece em todo filme, até mesmo no final. Este surpreendente, que não me fez conseguir segurar o nó na garganta e acabou desatando tudo. De todos os filmes que assisti sobre 2ª Guerra Mundial, esse me comoveu muito por retratar um olhar de uma criança sobre as maldades do mundo. E isso dói. Na alma.


Texto de orelha do livro
"Caso você comece a lê-lo, embarcará em uma jornada 
ao lado de um garoto de nove anos chamado Bruno. 
E cedo ou mais tarde chegará com Bruno a uma cerca. 
Cercas como essa existem no mundo todo. 
Esperamos que você nunca se depare com uma delas."

9.8


O menino do pijama listrado
Drama. 93 min.  Asa ButterfieldZac Mattoon O'BrienDomonkos Németh

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