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terça-feira, 17 de maio de 2011

O retorno das andorinhas

                
                Retorno. s.m Ato ou efeito de retornar; regresso, volta, reaparição. É o que um dicionário online diz. Eu definiria retorno como um ato de saudade. Saudades de criticar o que me inquieta, de compartilhar uma alegria, uma dor e principalmente de fazer jus ao título do blog: o som da chuva. Fiquei esses últimos meses fora de órbita, em algum lugar do espaço, freneticamente gritando com os outros em busca do nosso ouro perdido em uma terra sem lei. Talvez tenhamos perdido mesmo. Não por não lutarmos. Mas traídos pelo beijo de Judas. Sim traídos em nome do dinheiro, fome de poder e falta de caráter. Eu vi de perto essas pessoas. Agora não chove na cidade, ainda bem. Mas eu precisei vir aqui, ouvir o som da chuva e parar um pouco. Respirar um pouco. Descansar um pouco. Olhando a conta do que aconteceu nesses quase 80 dias, ouvi o que eu não queria ouvir e vi o que não queria ver. As pessoas são miseráveis porque querem. E ainda nos mantém reféns da miséria. Não entrei no combate por ingenuidade, sabia que ia levar um tiro. Mas pior do que isso é levar uma punhalada nas costas por quem você pensa que está contigo. Mas a vida é um eco. O mundo dá voltas. Sempre deu. É por isso que prefiro confiar nos meus cachorros, são mais "humanos" do que muita gente que eu vejo por aí. A vida segue, uma andorinha retorna. Mas um dia ela vai partir em busca do melhor. Como sempre fez. 



Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura
Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim

(Caçador de mim - Milton Nascimento)

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